Como funciona o globo da morte? Veja as principais curiosidades

Apesar de ter como finalidade o transporte de pessoas, as motocicletas são usadas em diferentes funções. Elas podem, por exemplo, ser usadas em corridas, serviços de entregas, lazer e, até mesmo, como veículo militar.

Se você já foi ao circo, é provável que tenha tido a oportunidade de conferir a moto sendo usada em outra função bastante famosa: no espetáculo do globo da morte. Trata-se de uma apresentação emocionante, que, apesar de parecer perigosa à primeira vista, é calculada nos mínimos detalhes para entreter o público.

Mas, afinal, como o globo da morte funciona? Neste artigo, trouxemos as principais curiosidades sobre o tema, desde quando o espetáculo surgiu até as motos ideais para participar da atração. Boa leitura!

Entenda o que é o globo da morte

O globo da morte é uma atração em que os motociclistas pilotam seus veículos no interior de um grande globo metálico. Eles dão voltas completas pela gaiola, indo do chão até o teto e ficando até de cabeça para baixo por alguns segundos, sem cair.

O globo é oco e possui inúmeras seções segmentadas e curvadas de malha soldada, onde são encaixadas e rebitadas seções de material metálico. Na parte de baixo há um painel de aço, que funciona como um alçapão por onde os motoqueiros entram e saem com seus veículos.

Na prática, os condutores se exibem como hamsters girando em uma gaiola. Não importa se o chão está em cima e os pilotos de cabeça para baixo — se tudo for feito corretamente, o espetáculo é impressionante e deixa o público prendendo o fôlego.

A duração das atrações varia, mas geralmente é feita em cerca de 30 minutos. Além disso, são acompanhadas de música e show de luzes.

Veja como o espetáculo funciona

Com certeza você já se perguntou como os motociclistas conseguem permanecer em movimento dentro do globo da morte, percorrendo o teto da estrutura metálica sem cair. Pois saiba que a explicação da atração está relacionada à física.

Basicamente, a partir do momento em que os pilotos aceleram suas motos em uma velocidade constante, a força centrípeta e a inércia mantêm as rodas dos veículos coladas ao globo. Esse mesmo conceito também explica o porquê de um carrinho de montanha-russa continuar preso aos trilhos durante um looping.

No globo da morte, é necessário que a moto fique em uma velocidade média, que varia de acordo com o tamanho do globo (entre 60 e 70 km/h durante toda a apresentação). E é graças a essa velocidade constante que as motos conseguem chegar ao topo do globo e descer sem correr o risco de cair no chão.

Conheça as principais curiosidades do globo da morte

Agora que você já sabe o que é o globo da morte e como ele funciona, é hora de conferir algumas curiosidades relacionadas ao espetáculo. Abaixo, listamos as principais. Confira!

Foi inventado há mais de 100 anos

O globo da morte foi inventado em 1904, nos Estados Unidos, aparecendo predominantemente em espetáculos de circo. Na época, a motocicleta havia sido inventada apenas alguns anos antes — o primeiro modelo com motor a gasolina foi criado em 1885 pelo cientista e pesquisador alemão Gottlieb Daimler.

Já no Brasil, o espetáculo chegou somente na década de 1930, trazida pelo italiano Guido Conci. Desde então, o globo da morte ganhou cada vez mais popularidade e, até os dias de hoje, é uma das atrações mais esperadas em circos e feiras de motociclismo.

Sem atenção e cuidado, traz perigos aos pilotos

Como já abordamos, as motos devem manter uma velocidade constante no globo da morte para que o espetáculo aconteça sem problemas. Se essa velocidade mínima não for atingida, o piloto corre o risco de cair ao atingir o ponto mais alto da estrutura, principalmente pelo fato de os condutores ficarem a centímetros de distância uns dos outros.

Em 2021, por exemplo, um motoqueiro sofreu um acidente durante uma performance no globo da morte em Cuiabá (MT). Daí a necessidade de os participantes terem bastante cuidado e atenção durante a pilotagem.

Não há um número mínimo de motos durante o espetáculo

É possível assistir a apresentações do globo da morte com uma quantidade variada de motociclistas, pois não há um número mínimo ou máximo de motos no espetáculo. Porém, quanto mais pessoas, maiores são os riscos.

No Brasil, uma família detém o título do maior número de motos em um globo da morte, com oito pessoas tendo participado de uma apresentação ao mesmo tempo.

Além de seguir as recomendações de segurança, o entrosamento entre os participantes também é fundamental. Afinal, é preciso que todos tenham calma, conhecimento das manobras e espírito de equipe para garantir um espetáculo seguro e agradar ao público.

O menor globo da morte da América Latina

É comum encontrar espetáculos com estruturas enormes, mas há outras que desafiam até mesmo as leis da física. É o caso do globo da morte do Mirage Circus, considerado o menor globo da América Latina.

Ele tem 4,4 m de diâmetro e é formado por 18 peças de ferro (em média, uma esfera tradicional tem mais de 7 metros de diâmetro). A atração é projetada para três motos, mas pode receber até seis veículos.

Modelos off road são ideais para a atração

Graças à sua leveza, potência e agilidade, as motos off road são as mais utilizadas em espetáculos do globo da morte. Sua suspensão mais resistente, que aguenta pressões e saltos com maior facilidade, também proporciona maior domínio e segurança ao piloto.

O globo da morte é um espetáculo impressionante, parecendo até mesmo um show de mágica. Mas não se engane: a razão para que os pilotos fiquem de cabeça para baixo não é a magia, mas, sim, a física e a força centrípeta.

Se você quer conferir essa atração de perto, mas sua cidade não recebe um circo com frequência, saiba que ela não é exclusiva dos circos. Isso porque ela também é comum em feiras, encontros de moto clubes e eventos de motociclistas (a Barretos Motorcycles é um dos eventos que recebe a atração).

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